AGRICULTURA
Projeções apontam crescimento na safra de inverno catarinense
22/06/2021 14:30:00
A produção da safra catarinense de inverno 2021/22 apresenta um cenário positivo, com expectativas de aumento de produção em todo Estado.
A estimativa foi exposta pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa), nesta semana, em um evento virtual com a presença de autoridades e lideranças do agronegócio.
A iniciativa oportunizou destacar as projeções de algumas culturas como alho, cebola, cevada, aveia e trigo.
Entre os destaques está o trigo com aumento de 55% no total produzido.
Os bons números apresentados pela Epagri/Cepa são reflexos da política de fomento à produção de cereais de inverno implementada pelo Governo do Estado.
Com o Projeto, a Secretaria da Agricultura dará uma subvenção de R$ 250,00 por hectare efetivamente plantado com cereais de inverno, num limite de 10 hectares por produtor.
PRODUÇÃO DE GRÃOS
A produção catarinense de trigo deve chegar a 276.158t na safra 2021/22, um aumento de 55% em relação ao período agrícola anterior, quando o Estado produziu 172.079t do cereal.
A área plantada vai crescer 38%, chegando a 80.585ha.
A produtividade deve ser 13% maior, alcançando o patamar de 3.315kg/ha em média.
João Rogério Alves, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, credita esse crescimento aos bons preços pagos aos produtores de trigo na última safra, aliados à política de incentivo do governo estadual e a uma previsão climática favorável, de inverno com pouca chuva e de frio adequado para a cultura.
Na safra 2021/22, SC deve produzir 53.697t de aveia, um incremento de 24% em relação ao ciclo agrícola anterior.
A expectativa é de que o cereal ocupe 39.377ha no Estado, área 13% superior à ocupada na safra 2020/21.
A produtividade média deve crescer 10%, chegando a 1.364kg/ha.
A aveia produzia no território catarinense é toda usada para formação de pastagem de inverno para pecuária de corte e de leite, atividade de importância econômica para o Estado, explica João Alves.
A cevada é o cereal de inverno que ocupa menor área em SC.
Para a safra 2021/22 a Epagri/Cepa estima que, incialmente, serão cultivados 392ha do grão, 20% a menos do que no ciclo anterior.
Contudo, a produtividade média deve crescer em 55%, o que deve resultar numa safra de 1.638t, volume 24% superior à anterior.
A janela para plantio de cevada segue aberta até julho, o que pode fazer com que a área cultivada com o grão supere o estimado até agora, devido à política estadual de incentivo, analisa João Alves.
Caso isso aconteça, os números serão atualizados nos próximos Boletins Agropecuários emitidos mensalmente pela Epagri/Cepa.
HORTALIÇAS
A cebola e o alho são culturas agrícolas de inverno tradicionais em Santa Catarina.
A Epagri/Cepa estima que nesta safra o Estado se mantenha como o maior produtor de cebola e o terceiro maior produtor de alho do Brasil.
Segundo Jurandi Gugel, analista de socieconomia da Epagri/Cepa, na safra 2021/22 Santa Catarina deve continuar produzindo mais de 25% de toda a cebola do País.
A estimativa é de que as lavouras catarinenses produzam 494.745t da hortaliça no ciclo agrícola que se inicia, volume 27% superior ao produzido na safra passada, afetada por problemas climáticos.
A produtividade média deve crescer 26% e chegar a 28.186kg/ha.
A área plantada fica em 17.553ha, crescimento de 1% em relação ao ciclo anterior.
Se as condições climáticas forem normais, a produção de alho deve ter incremento de 20%, encerrando a safra 2021/22 com 17.525t produzidas.
Esse resultado será reflexo do aumento de 18% previsto na produtividade média, que deve chegar a 10.213kg/ha.
A área plantada sobe 2% chegando a 1.716ha na safra 2021/22.
EXPRESSÃO
A safra de inverno ocupa principalmente o Alto Vale do Itajaí, o Planalto e o Oeste catarinense.
Tem grande importância para o Estado, historicamente pela força da produção de cebola e alho e, mais recentemente, pela necessidade de produção de grãos para alimentação de frangos, suínos e bovinos.
SC é o maior exportador de suínos e o segundo maior exportador de frangos do País, além de ser o quarto maior produtor de leite.
A grande dependência do milho para alimentação dos rebanhos vem colocando o Estado na posição de maior importador nacional deste grão.
Dos 7 milhões de toneladas de milho necessários em SC, cerca de 5 milhões vêm de outros Estados ou países.
A estiagem e o ataque de pragas comprometeram a produção de milho no território catarinense na última safra.
Diante disso, a produção de grãos de inverno, que podem substituir o milho na fabricação de ração animal, vem ganhando cada vez mais relevância.
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