A produção industrial catarinense cresceu 6,5% no acumulado dos sete primeiros meses do ano, desempenho acima da média nacional no período, que foi de 3,2%. 

O resultado reflete o crescimento da indústria de bens de capital, que inclui ramos como a fabricação de máquinas e equipamentos e equipamentos elétricos, por exemplo, e que apresentou incremento de 11,6% no ano até julho, segundo dados do IBGE.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, afirma que esses setores têm se beneficiado das condições de acesso a crédito menos restritivas que marcaram o primeiro semestre, além da demanda internacional por esses bens permanecer aquecida. 

Segundo ele, a queda do custo de financiamento para a aquisição de bens de capital, assim como um volume de crédito maior direcionado à renovação de máquinas e equipamentos para o setor industrial explicam o bom desempenho.

Análise do Observatório FIESC aponta que a produção de bens de capital reflete o bom momento do setor de máquinas e equipamentos, que cresceu 26,6% em julho, comparado ao mesmo mês de 2023. 

Outro destaque foi o setor de equipamentos elétricos, com alta de 17,5%, próximo à média nacional de 18%.

Para Matheus Pimentel, economista do Observatório FIESC, esse cenário foi possível devido à redução das taxas de juros para operações de crédito para pessoas jurídicas, que desde a segunda metade de 2023 acumulam queda de cerca de 6 pontos percentuais. 

Ele explica que esse movimento permitiu que os setores mais intensivos em capital, que demandam prazos mais longos de financiamento, aproveitassem o ciclo de queda das taxas de juros.

Outro setor beneficiado pela atual conjuntura econômica é a produção de bens de consumo, que teve um crescimento de 5,1% no acumulado de 2024. 

O resultado reflete um mercado de trabalho forte, com renda familiar sustentada e inflação controlada, permitindo que as famílias aumentem o consumo. 

Pimentel destaca que esse cenário é evidenciado pelo crescimento de 12,4% na indústria têxtil e de 25,5% no setor de confecção de vestuário em julho, em comparação com o ano anterior.

O desempenho da fabricação de produtos de madeira, que registrou um crescimento de 5,7% no acumulado do ano, também contribuiu para os números positivos da produção industrial no estado. 

Matheus pontua que isso coloca Santa Catarina como o segundo melhor desempenho do Brasil neste segmento, impulsionado pela crescente demanda externa, especialmente dos Estados Unidos.

Na comparação com o mês de julho de 2023, a indústria de Santa Catarina cresceu 11,8%, enquanto a produção industrial brasileira registrou aumento de 6,1% no período.