Estiagem castiga produ��o agropecu�ria em Santa Catarina

01/04/2020 17:00:00

Estiagem castiga produ��o agropecu�ria em Santa Catarina

A estiagem dos últimos meses no Estado tem castigado a produção agropecuária catarinense. 

É o que aponta estudo elaborado pelas equipes da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Cepa/Ciram). 

O levantamento apresentado às entidades do setor produtivo nesta semana revela que a falta de chuva tem causado grandes perdas na safra de verão (julho/2019 a abril/2020), especialmente nas lavouras de milho, feijão e batata, além de queda na produção de leite, devido à redução das pastagens.

Atualmente, Santa Catarina está com 22 estações hidrológicas em situação de estiagem, 10 delas na condição de emergência, 9 em alerta e 3 em atenção para estiagem. 

A situação mais crítica está nas regiões do extremo-oeste, oeste, meio oeste, planalto sul e alto vale do Rio Itajaí-Açu.

 

Diante do grave cenário, a Faesc, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), solicitou à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, um conjunto de propostas para que os produtores rurais possam superar os transtornos e os impactos causados pela pandemia do Coronavírus e agravados pela estiagem. 

 

Medidas tributárias solicitadas pela entidade: 

 

  • Entre as prioridades está a prorrogação automática de todos os tipos de financiamento, principalmente custeio e investimento, sem que isso acarrete em mudanças na tributação ou em dificuldades de acesso ao crédito rural para a safra 2020/2021. 

  • Outro ponto foi a suspensão de qualquer tipo de procedimento em que o produtor precise ir ao cartório ou agência bancária.

  • Prorrogação do prazo de entrega e pagamento do Imposto de Renda Pessoa Física para 30 de junho.

  • Prorrogação do prazo de entrega das obrigações acessórias para pessoas jurídicas por 90 dias e diferimento do pagamento, por seis meses, do Programa de Regularização Tributária Rural (PRR). 

  • Suspensão por seis meses das inscrições de operações na Dívida Ativa da União, e adiamento para julho dos pagamentos de tributos federais (PIS/Cofins e IPI) com vencimento em abril, maio e junho, sem incidência de juros e multa e parcelamento em três vezes.

 

Números preocupam o campo

 

 

 

  • De acordo com o relatório da Epagri, a estimativa de produção de milho da primeira safra é de 2,51 milhões de toneladas, 10% a menos que a obtida na safra 2018/19 no Estado. Para o milho de segunda safra e grão total, a área estimada de produção é de 15 mil hectares, o que representa uma retração de 7,4% em relação à safra anterior. 

  • O feijão da primeira safra deve encerrar com queda de 3,35%, alcançando 60,6 mil toneladas do grão. A estimativa da Epagri é que as áreas da segunda safra - 37% da produção total do Estado - sejam fortemente impactadas pela falta de chuva. 

  • O maior impacto é sentido nas plantações de batata, onde a produção deve diminuir 34% em relação ao ano anterior, chegando a 72 mil toneladas.  

  • Os prejuízos na produção de soja são menores. Cerca de 70% das lavouras catarinenses de soja já foram colhidas e devem ter uma queda de apenas 0,9% na produção. Mesmo assim, as regiões que estão com a colheita em andamento estimam perdas de até 30% da produtividade, o que pode mudar os números do grão no final da safra. 

  • A produção de fumo também deverá ser reduzida em -1,13% nesta safra.

  • Existe uma preocupação também com o setor leiteiro. Os meses de abril e maio são, historicamente, os períodos de menor oferta, o que se acentuou neste ano pela estiagem. A falta de chuvas está prejudicando a quantidade e a qualidade das pastagens, o que impacta diretamente no aumento dos custos de produção de leite.

  • Nas produções de suínos e aves, segundo informações da Epagri/Cepa, até o momento, não há relatos de perdas diretas na produção. 

  • Na produção de bovinos de corte se observa uma gradativa piora na qualidade das pastagens em função do baixo volume de chuvas e das elevadas temperaturas. Esse processo normalmente reduz o ritmo de ganho de peso dos animais criados à base de pasto ou demanda a utilização de alimentação suplementar, o que eleva os custos de produção.