SETOR SUPERMERCADISTA

Vendas do setor supermercadista de SC se mantêm positivas nos primeiros cinco meses do ano

25/06/2021 14:00:00

Vendas do setor supermercadista de SC se mantêm positivas nos primeiros cinco meses do ano

As vendas do setor supermercadista catarinense se mantêm positivas considerando o período dos primeiros cinco meses do ano.

Foram registrados +5,52% no acumulado em relação ao mesmo período de 2020.

O desempenho no mês de maio de 2021 ficou abaixo de 2020, com -0,99%, enquanto que na comparação entre abril e maio foi registrado +1,58%.

Os índices foram apurados na pesquisa mensal do Termômetro de Vendas, realizada pela Associação Catarinense de Supermercados (ACATS)

Participaram desta amostragem empresas de todos os portes e regiões catarinenses.

Veja o que diz presidente da Entidade, Francisco Crestani:

“O comportamento das vendas pode estar entrando em um período de retração, visto que os resultados dentro do ano de 2021 estão apresentando uma onda decrescente, consequência que provavelmente seja consequência de aumentos de preços generalizados e até acima da média de itens básicos de alimentação, higiene e de limpeza, isso de acordo com as tabelas de preços apresentadas pelas indústrias e fornecedores”.

“Temos uma realidade de alimentos essenciais muito pressionados pela alta dos principais insumos como milho, soja e trigo. Soma-se a isso os reajustes de insumos que afetam os segmentos de limpeza, embalagens e até o combustível e agora também a energia”. 

“Tudo isso reflete na taxa de inflação, que começa a retirar o poder de compra dos salários. O resultado final está aparecendo em pesquisas de desempenho como a do nosso setor”.

Crestani cita particularmente um dado que ele considera impactante, a do consumo de carne bovina ter retornado ao nível de 1996 graças a reajustes que ultrapassam 50% no último ano, conforme apuração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab):

"A carne bovina é um alimento fundamental na mesa das famílias, se o consumo recua pode contar que está arrastando também uma série de outros itens que acabam ficando de fora da cesta de compras".

Para o dirigente, o atual momento pode ser excelente para a indústria que trabalha com exportação, mas é preciso um olhar do Governo para o mercado interno:

“Havia uma expectativa de recuperação da economia por conta do avanço da vacinação e pode estar ocorrendo exatamente o contrário porque a inflação avança e acaba neutralizando o poder de reação deste processo”. 

“O Governo precisa olhar esta situação com muito cuidado e tomar medidas que garantam o equilíbrio interno de mercado e dar chance para a economia girar". 

“Se essa espiral de aumentos desmedidos de preços continuar o consumidor comprará cada vez menos e cada vez mais o essencial, o que não vai ser vantajoso para ninguém”.