ARTIGO
Modelo D2C: oportunidade para a indústria, desafio para a logística
30/06/2023 13:00:00
Artigo por Marcel Alessi Soccol, diretor administrativo da DATAFRETE
Por Marcel Alessi Soccol,
Diretor administrativo da DATAFRETE, empresa blumenauense especializada em soluções de gestão logística
Cada vez mais comum no Brasil, o modelo de operação Direct to Consumer, ou D2C, proporciona à indústria mais proximidade com o seu consumidor.
A venda direta ao consumidor final era bastante incipiente no mercado brasileiro até 2020, mas ganhou muito espaço a partir da pandemia e dos desafios que ela impôs para o comércio como um todo.
Além disso, as limitações de circulação impulsionaram a digitalização de muitos serviços e, por consequência, o aumento exponencial das vendas via e-commerce.
Ao vender para o cliente final, através de e-commerce próprio ou marketplace, a indústria tem uma série de oportunidades.
O D2C permite que conheçam a fundo seu público, podendo coletar dados valiosos sobre os hábitos de compra, influências e feedback dos consumidores, o que possibilita uma melhor compreensão do mercado e personalização da experiência do cliente.
Além disso, o modelo D2C pode oferecer a ampliação geográfica dos negócios, fazendo com que a marca chegue a regiões em que não tem representação no varejo.
Testagem de novos produtos e estratégias comerciais, bem como ampliação da lucratividade e do volume de vendas também estão relacionadas ao modelo.
Para se ter uma ideia do potencial do D2C, basta olhar para o mercado: em 2021, apenas nos Estados Unidos, foram vendidos mais de 128 bilhões de dólares neste modelo.
E a expectativa é atingir um volume de 213 bilhões até 2024.
Estima-se que quase dois terços dos consumidores já fazem compras regulares via e-commerce dos próprios fabricantes.
Em contrapartida, a logística precisa estar em pauta quando a indústria adota o D2C, porque exige um novo modelo de distribuição – mais dinâmico, com controle e ajustes constantes e muita agilidade.
Em um mercado onde muitos produtos são entregues em até 24 horas após o pedido, manter-se competitivo é um grande desafio.
Além do monitoramento constante dos níveis de estoque, a escolha de parceiros de transporte que sejam ágeis e eficientes, é crucial.
A gestão de frete exige um controle claro sobre os acordos com parceiros, escolha das melhores propostas e o acompanhamento em tempo real da distribuição, mantendo o cliente atualizado sobre o status do seu pedido.
Ao contrário do modelo B2B, que habitualmente é muito mais simples no processo logístico, no D2C as entregas individuais exigem ferramentas de automação dinâmicas e que valorizem a experiência do cliente.
É importante, ainda, estabelecer políticas claras e eficientes para lidar com devoluções e trocas, minimizando os custos logísticos associados.
A tecnologia desempenha um papel fundamental na superação desses desafios logísticos.
Assim, com automação e a implementação de estratégias eficientes, esses desafios podem ser superados, permitindo que as empresas obtenham os benefícios do modelo D2C e ganhem uma experiência de compra satisfatória aos consumidores finais.
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