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Empresas de SC dão dicas para startups conseguirem aportes em 2022

17/12/2021 17:00:00

Empresas de SC dão dicas para startups conseguirem aportes em 2022
Marcos Salles e Guilherme Reitz, co-founders da Yungas

Aproximadamente 64,2% das startups do Sul do Brasil já receberam algum tipo de investimento, e 60,9% das empresas da região estão com rodadas abertas no momento, segundo o mapeamento mais recente realizado pela Associação Brasileiras de Startups (abstartups)

Em Florianópolis, por exemplo, novas empresas que já receberam investimento somam 56,7%, metade deles realizados por investidores de outro estado. 

O levantamento ainda aponta que 71,1% das startups da capital estão em busca de investimento.

Quase 30% das startups de Florianópolis que participaram da pesquisa estão na fase de tração, também conhecida como growth stage.

Neste cenário aquecido para o mercado de inovação, empresários catarinenses dão dicas para as empresas buscarem seu primeiro aporte, fusão ou aquisição em 2022.

CONFIRA: 

Organize a contabilidade e contratos

Empresários interessados em receber aporte ou participar de um M&A (Mergers and Acquisitions) precisam estar totalmente alinhados com o que acontece na gestão contábil de sua startup, já que a legalidade e transparência financeira da empresa são pontos que influenciam muito no avanço da negociação com parceiros. 

Fernando Salla, CEO da Effecti, startup adquirida pela holding Nuvini em março deste ano, também indica que os fundadores e líderes C-level avaliem a realidade de contratações da empresa. 

Salla explica: 

“Nesse setor, aconselho que startups evitem ter contratos majoritariamente PJ (Pessoa Jurídica) com colaboradores, se possível. Apesar desse modelo trazer benefícios para ambos os lados, acordos no formato CLT são mais seguros e ‘bem vistos’ por fundos de investimento”.

Priorize os investimentos estratégicos

Empresários em busca do primeiro aporte devem procurar por investidores que possam agregar muito mais do que o dinheiro por si só, conceito conhecido no mercado como "smart money", ou dinheiro inteligente, em tradução direta. 

Guilherme Reitz, CEO da retailtech Yungas, primeira empresa do segmento de tecnologia investida pelo fundo de R$ 50 milhões do Private Equity SMZTO, em dezembro, diz que é importante procurar alguém que já tenha conhecimento, networking e experiências para agregar no negócio.

O empresário aconselha que novas empresas definam uma lista com 10 potenciais investidores, ressaltando os prós e contras de cada um e o que eles podem agregar no projeto:

“Após esse mapeamento, vêm a parte da reunião com os fundos, quando os questionamentos e objeções nas conversas ajudarão bastante no preparo para última etapa, que é a conversão da parceria”.

Monte um “dream team”

Mais do que focar no produto e na inovação, é importante priorizar um bom time. E a melhor forma de selecionar as pessoas certas é investindo na cultura organizacional. 

Essa é a dica do Cesar Nanci, CEO da Pulses, empresa que tem soluções de clima organizacional, engajamento e performance medidos de forma contínua.

Em setembro, a organização recebeu um aporte de R$ 3 milhões da Invisto, uma das principais empresas de venture capital voltada a negócios inovadores do Sul do Brasil. 

Cesar Nanci destaca:

“Os investidores estão interessados no produto e no seu potencial de crescimento, mas também no time por trás da solução, nas habilidades e skills das pessoas-chave do negócio". 

"E só é possível montar uma equipe bem preparada conhecendo a cultura do negócio, que deve vir de berço. Cuidar da marca empregadora e do clima organizacional é fundamental para encontrar as pessoas certas, fazer a empresa crescer e atrair bons investidores”.