CORONAVÍRUS

Método de testagem em massa para a Covid-19 da BiomeHub alcança reconhecimento científico internacional

28/04/2021 08:00:00

Método de testagem em massa para a Covid-19 da BiomeHub alcança reconhecimento científico internacional

O “teste em pool”, desenvolvido de forma pioneira pela startup catarinense BiomeHub, no Brasil, alcançou reconhecimento científico internacional.

Foi publicado um artigo sobre a metodologia na revista científica PLOS ONE, uma das mais prestigiadas do meio.

O método, descrito no trabalho, prevê a testagem de assintomáticos em grupos, por meio de testes do tipo RT-PCR, agilizando e reduzindo os custos com o procedimento. 

Desde o início da pandemia, a Healthtech já testou cerca de 100 mil pessoas dessa forma, 30 mil delas só na capital Florianópolis, onde fica sua sede.

O trabalho publicado contou com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Para o artigo, um total de 19.535 pacientes assintomáticos ou pré-sintomáticos foram testados, usando aproximadamente 4.400 ensaios RT-qPCR.

Isso corresponde a um aumento de 4,4 vezes na capacidade laboratorial e uma redução de 77% no total de testes necessários. 

A combinação de swabs (cotonetes de uso laboratorial), portanto, representa um ganho no desempenho operacional para testes confiáveis de SARS-CoV-2 em escala. 

A metodologia desenvolvida e validada pela startup catarinense agrupa até 16 swabs no momento da coleta, o que mantém a carga viral original de um eventual indivíduo positivo. 

Nesse modelo de testagem em grupo, são coletadas duas amostras da nasofaringe de cada indivíduo assintomático.

Um dos materiais coletados fica reservado em um tubo individual, enquanto a outra amostra é testada no modo coletivo no método RT-PCR em tempo real. 

Os resultados saem em até 48 horas, sendo que o resultado dos pools negativos são obtidos em até 24 horas. 

Caso alguém do grupo esteja contaminado, são realizados os testes individuais e os mesmos ficam isolados até a descoberta de quem do grupo está infectado pela doença. 

Em caso de o “grupo testar negativo”, todos são liberados com um único teste. 

O trabalho que descreve o método foi publicado no início de fevereiro de 2021 na revista científica PLOS ONE. 

O periódico internacional dissemina papers de um largo espectro de disciplinas, que incluem as ciências, as engenharias e a matemática.

FATURAMENTO CRESCEU DEZ VEZES EM 2020 

No ano passado, em razão da alta demanda pelos testes, a BiomeHub viu o seu faturamento saltar para R$ 12 milhões.

O valor é dez vezes maior do que o registrado no ano anterior, o seu primeiro de atuação. 

Em 2021, mira o mercado de soluções tecnológicas baseadas no microbioma humano, onde também já atua. 

No último semestre do ano passado, a empresa teve uma retomada de crescimento nessa sua fatia dos negócios.

Mesmo em meio a pandemia, registrou em 2020 um aumento de 50% na demanda por estes serviços. 

Neste ano, a empresa pretende manter o aumento de 20% ao mês com suas soluções baseadas no microbioma humano e lançar dois novos produtos. 

A empresa pretende colocar no mercado, até o fim deste primeiro semestre, mais dois testes.

Um de microbioma cérvico-vaginal e outro de microbioma oral, ambos em fase de validação técnica. 

O Probiome, um teste do microbioma intestinal que ajuda profissionais da saúde a entenderem melhor a relação do microbioma intestinal dos seus pacientes com a condição clínica que está sendo analisada, já está no mercado, e sua procura cresceu mais de 50% em 2020.

 Luiz Felipe Valter de Oliveira, CEO da startup, comenta:

“A demanda por testes para a COVID-19 foi responsável por 75% do nosso faturamento em 2020”. 

“Mas, mesmo se a pandemia não tivesse acontecido, teríamos dobrado o valor em relação ao ano anterior, com a procura por nossas soluções de microbioma humano”.

“Um dos pontos que fazem com que tenhamos uma alta capacidade de inovação é a qualidade e quantidade de colaboradores com mestrado e doutorado que fazem parte da nossa equipe”.