CONSÓRCIOS

Consórcios ressurgem e já têm quase 8 milhões de participantes

16/02/2021 12:30:00

Consórcios ressurgem e já têm quase 8 milhões de participantes

O setor de consórcios fechou 2020 com 7,83 milhões de participantes ativos, um recorde.

O volume de negócios atingiu R$ 163,63 bilhões, alta de 21,5% frente a 2019, segundo dados da Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac).

Na avaliação do mercado, a pandemia levou as pessoas a se preocuparem mais com o seu futuro.

O sistema se mostrou financeiramente atraente, mesmo em um cenário de juros baixos. 

Esse movimento levou os bancos a planejarem novos produtos, de olho em quem procura opções de investimento ou quer fazer uma poupança para fins específicos.

Apesar de a taxa básica de juros, a Selic, estar na mínima histórica de 2%, o crédito ficou restrito e ainda é caro para a classe média, principalmente a mais baixa. 

Pelo lado do investimento, a renda fixa perdeu rentabilidade. 

Esses fatores tornam o consórcio uma boa opção.

 

Bancos ampliam leque

Os segmentos que mais cresceram na parte dos consórcios em 2020, foram de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 80,9%, e serviços, com 51,3%.

O Banco do Brasil (BB) fechou 2020 com 1,1 milhão de cotas ativas e, para este ano, planeja focar no segmento de imóveis e reduzir a taxa de administração nos produtos com prazo entre 48 meses e 60 meses.

Já o Itaú Unibanco, depois de entrar no segmento de veículos pesados e de motos, pretende estrear nos segmentos de serviços, como procedimentos cirúrgicos, e eletrônicos, desde celulares até placas fotovoltaicas.

 

Ajuda na disciplina

Especialistas em finanças apontam que o consórcio, em geral, é mais barato que o financiamento de um bem, além da vantagem de não exigir entrada, mas lembram que só é recomendado para quem não tem pressa, já que o sorteio pode ocorrer apenas no fim do prazo.

A vantagem é não ter taxa de juros, com um custo financeiro mais baixo. 

O consórcio ainda é interessante para quem não tem disciplina para poupar.

Myrian Lund, planejadora financeira e professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), comenta que a verdade é que as pessoas não conseguem guardar dinheiro, porque nunca “sobra”, porém, quando há a obrigação de pagar um boleto do consórcio, elas poupam.

 

Planejamento é essencial

O consórcio ainda é predominantemente usado pela classe C para adquirir patrimônio. 

Mas, recentemente, tem atraído classes mais altas, que o veem como um investimento. 

Em 2020, houve aumento de 15,6% no tíquete médio anual contratado frente a 2019, para R$ 54,18 mil, segundo a Abac.

Apesar de o consórcio não ter incidência de juros, é preciso estar atento aos custos. 

É cobrada uma taxa de administração, para gerir a carteira, que varia de acordo com o banco ou administrador, e, por vezes, um valor para o fundo de reserva e um seguro. 

Além disso, as parcelas são reajustadas, para manter o valor de compra do bem.

Para quem deseja ser contemplado logo no sorteio, é imprescindível dar lances, a fim de aumentar suas chances. Isso precisa ser incluído no planejamento.

 

Veja os tipos mais procurados:

Um teto só seu

A carta de crédito para a compra de imóvel foi o terceiro tipo de consórcio mais procurado no ano passado, com 1,04 milhões.

Os bancos também têm visto procura por consórcios de serviços para reforma de apartamento.

Sobre duas rodas

A pandemia deu impulso aos consórcios de motocicletas, por causa da explosão do delivery. Foi a segunda modalidade mais procurada, com 2,24 milhões. 

O fato de o consórcio não ter juros o torna mais vantajoso que um financiamento.

Eletroeletrônicos

Em 2020 a contratação de consórcios de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis saltou 80,9%. 

Nesse caso também houve influência da pandemia, pois o home office elevou a demanda por smartphones mais sofisticados.

 

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