AGRICULTURA

Epagri desenvolve plataforma para monitorar a favorabilidade da ferrugem da soja em SC

15/01/2021 10:40:00

Epagri desenvolve plataforma para monitorar a favorabilidade da ferrugem da soja em SC

A Epagri desenvolveu uma plataforma para monitorar a favorabilidade da ferrugem da soja baseada nas condições da temperatura e umidade relativa do ar e da duração do molhamento foliar. 

Conhecida como ferrugem asiática, esta é uma das principais doenças da cultura no Brasil.

Pode acarretar a desfolha precoce e atrapalhar a completa formação dos grãos com consequente redução na produtividade. 

Com essas informações antecipadas, o agricultor pode tomar decisões mais assertivas e sustentáveis no campo.

As informações de favorabilidade climática da doença são originadas a partir de cálculos feitos com os dados das estações meteorológicas. 

A elas são adicionadas informações da coleta de esporos da ferrugem asiática realizada no campo.

Para o desenvolvimento da ferrugem asiática, é necessário que exista a planta hospedeira (soja), o esporo viável do patógeno e condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento do esporo (doença). 

Sem a presença de um desses fatores a doença não se manifesta.

Todas as informações coletadas são atualizadas diariamente e estão disponíveis na plataforma Agroconnect, que é sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos desenvolvido pela Epagri/Ciram.

 

Coleta de esporos da ferrugem da soja

O monitoramento dos esporos da ferrugem asiática vem sendo realizado em lavouras na região do Oeste de SC, Planalto Norte e Campos Novos desde setembro de 2020, quando iniciou safra a 2020/2021. 

Para isso foram instalados coletores de esporos por meio de uma parceria da Epagri entre os produtores, a Unoesc e a equipe de técnicos da Epagri que atuam no Projeto Soja nas referidas regiões.

O extensionista da Epagri de Xanxerê, Marcelo Henrique Bassani, explica que esses coletores são muito eficientes para identificar a ocorrência de esporos da ferrugem asiática. 

A tecnologia foi implementada nas regiões pelos extensionistas e pesquisadores da Epagri que atuam no Projeto Soja, através de uma parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e Embrapa Soja, que há vários anos trabalham com um modelo parecido e com excelentes resultados. 

O monitoramento dos esporos também pode ser visualizado no Agroconnect. 

Ao entrar na plataforma, basta selecionar a atividade agropecuária “soja” e já estará ativa a camada “monitoramento de esporos”. 

Os dados serão atualizados semanalmente até a segunda quinzena de março de 2021.

 

Produção em Santa Catarina

A soja ganha cada vez mais espaço nas lavouras de Santa Catarina.

Segundo levantamento da Epagri/Cepa, as lavouras ocupam mais de 686 mil hectares.

A última safra catarinense registrou 2,29 milhões de toneladas colhidas. 

No estado, o grão é cultivado em 16.849 propriedades rurais, com a produção gerando uma receita de R$ 2,8 bilhões, representando 8,2% no Valor Bruto da Produção Agropecuária estadual. 

As regiões de Xanxerê, Canoinhas e Curitibanos concentram 60% da produção catarinense de soja.

Para a safra 2020/21, a estimativa da área total cultivada no estado deve ultrapassar 700 mil hectares e a produção pode chegar a 2,3 mil toneladas. Lembrando que a produtividade desta safra foi afetada pela longa e intensa estiagem em SC.

 

O extensionista da regional da Epagri em Canoinhas, Donato João Noernberg, comenta:

“A Epagri retomou as ações de acompanhamento técnico da soja em função da grande importância que a cultura vem obtendo no cenário econômico mundial, atraindo pequenos e médios agricultores”. 

“O mercado oferece uma diversidade grande de insumos ao agricultor que, atraído por promessas de melhoria na produtividade, amplia seus custos de produção e corre o risco de que a receita obtida com a venda da oleaginosa não cubra os custos de produção”.  

“Nosso desafio é reduzir a dependência com insumos externos mantendo o nível de produtividade da cultura e as condições ambientais”.

“A ação é desenvolvida para que a aplicação de fungicida ocorra quando realmente for necessária e não de maneira calendarizada e preventiva como vem acontecendo, fazendo que muitos agricultores apliquem cinco ou até seis vezes o fungicida durante o ciclo da cultura”.