Indústria

Tarifa do gás industrial deve ter alta de 25% em janeiro, indica projeção da SCGás

23/09/2020 13:55:00

Tarifa do gás industrial deve ter alta de 25% em janeiro, indica projeção da SCGás

A SCGás projeta que a tarifa de gás natural para a indústria deve ter alta de 25% a partir de 1º de janeiro de 2021. 

A informação foi dada pelo diretor de administração e finanças da companhia, Rafael Antônio Bettini Gomes, durante reunião virtual da Câmara de Assuntos de Energia da Federação das Indústrias (FIESC), nesta quarta-feira (23). 

Ele explicou que os principais fatores que influenciam a estimativa de aumento são o preço do petróleo Brent, que depois de uma queda significativa em 2020, tende a recuperar o preço até o final do ano, além da oscilação do câmbio.

 

O presidente da Câmara, Otmar Müller, salientou que se trata de uma previsão de tarifa, lembrou que o país passa por um momento de incertezas e faltam três meses para o final de 2020:

 

“Existe um fator matemático que é a escala de migração do contrato anterior para o novo contrato, que prevê aumentos definidos ao longo de um ano”. 

“Mas há duas variáveis importantes que são o câmbio e o preço do petróleo que influenciam na composição da tarifa”. 

“Então, o que se fala aqui hoje não pode ser tomado como garantia de tarifa que vai ocorrer em janeiro”. 

“Neste momento, as empresas estão fazendo o planejamento orçamentário para 2021 e para parte delas, a fatura do gás é a principal conta”.

“Por isso é de suma importante conhecer a projeção de alta no custo do insumo”. 

 

O presidente da SCGás, Willian Anderson Lehmkuhl, explicou:

 

“Houve uma transição do contrato antigo de gás que vinha da Bolívia para um novo modelo de contrato, que tende a fazer com que os estados tenham uma certa convergência nos preços”. 

“E isso nos preocupava muito, dado que Santa Catarina tinha um diferencial na tarifa”. 

“Então, no processo de negociação, a saída encontrada para não ter um salto no preço a partir de março foi o chamado Fator K, que é um fator de transição entre o contrato antigo e o novo”. 

“Esse fator faz com que a migração seja gradual e a diferença de preço de molécula que chegava a algo em torno de 30% fosse atenuada ao longo de um ano”.   


 

O diretor técnico comercial da SCGás, Carlos Alberto Chaves Ferro, apresentou as ações da companhia para aumentar a oferta do insumo, especialmente levando em conta o cenário de projeção de demanda até 2025:

 

“Há claramente um déficit em termos de capacidade de saída. Temos uma chamada pública incremental da TBG que seria a solução estruturante de médio e longo prazos de aumento de capacidade, mas, no curto prazo, não temos uma solução”. 

“A solução que a SCGás está desenhando é uma chamada pública específica para injeção de gás natural diretamente na nossa rede de distribuição”. 

“Vamos apresentar a proposta da chamada para aprovação da ARESC (agência reguladora) e estamos também negociando com a Petrobras eventual cessão de capacidade”.