CDL Chapec� aponta queda de 50% do movimento no com�rcio
04/05/2020 15:30:00
Um levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Chapecó evidencia a paralisação do comércio local diante da pandemia do novo Coronavírus que fechou o setor por quase 30 dias.
Os números mensuram a queda do ramo que foi o mais prejudicado pela crise em todo o Estado.
De acordo com os dados, o movimento do comércio caiu pela metade durante o isolamento.
No período pré-crise, entre 17 de fevereiro e 17 de março, 3.099 registros foram inclusos na base de dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) no município.
O número representa a quantidade de CPFs e CNPJs (que podem ter mais de um registro cada) negativados neste intervalo de 30 dias.
A quantidade alcança quase R$ 2 milhões em dívidas.
No comparativo com o período de restrição do comércio, entre 18 de março e 15 de abril, os dados apontam queda de 50% nos registros.
Foram 989 negativações, que somaram R$ 1 milhão em valores devidos.
Conforme pesquisa do Sebrae, divulgada há duas semanas, a pandemia impactou em 12.580 demissões em Chapecó.
De acordo com o diretor executivo da CDL Chapecó, Jeancarlo Zuanazzi, apesar de apontarem reduções, os números não trazem um retrato preciso dos prejuízos da crise:
“Se não estivéssemos num período de pandemia, dizer que o número de negativados caiu pela metade no município seria algo positivo, porque representaria queda na inadimplência, ou seja, as pessoas estariam conseguindo pagar em dia suas contas”.
“Porém, o que não sabemos é se essa queda nos registros se deve ao fato de os consumidores realmente pagarem mais ou se as empresas não estão registrando devido à falta de venda”.
A análise do diretor é reforçada pelos dados das consultas ao sistema do SPC feitas pelos lojistas antes de efetuarem as vendas. Foram 47.718 consultas no período pré-crise e 22.478 no intervalo em que os estabelecimentos ficaram fechados, mantendo a porcentagem de 50% de queda no movimento:
“Esse dado é diferente do número de registros porque representa o atendimento no momento da compra. A redução de consultas reflete a queda de clientes”.
Ainda segundo Zuanazzi, mesmo com a reabertura do setor na metade de abril, é necessário mais tempo para avaliar os impactos, com base no comportamento do consumo e no ritmo da retomada da economia:
“É difícil avaliarmos agora. Precisaremos de mais 90 dias pelo menos para entendermos essa nova realidade, como a retomada vai acontecer”.
“A previsão é que seja lenta, diante da queda de emprego e renda. Não sabemos como o consumidor se comportará e como será essa volta ao mercado de quem perdeu o emprego”.
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