Em todo o mundo, o mercado financeiro vive um momento de transformação. A desbancarização toma corpo no Brasil e se fortalece ao ampliar as oportunidades de gestão de investimentos.

Em recente workshop que apresentou o tema em Joinville, Jarbas Nei Maçaneiro, CEO da Romaxis Corporate Finance, destacou como esta nova oportunidade ganha força no Brasil.

Ele justifica que no país a desbancarização tem potencial de avançar com bastante força, em decorrência de peculiaridades do sistema bancário vigente:

“No Brasil, a concentração bancária é muito grande, os cinco maiores bancos detém 82% das transações bancárias, o que afeta sobremaneira a competitividade”.

Jarbas ainda acrescenta que em seus relatórios, o Banco Central tem incentivado a redução dessa concentração:

"E o que torna este mercado tão interessante? O avanço tecnológico, o alto spread bancário, ou seja, a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro, e uma grande parcela da população sem acesso bancário tornam este mercado interessante para o desenvolvimento das fintechs, dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios e das Companhias de Securitização".

OPÇÕES NO MERCADO

Fintechs são empresas que desenvolvem transações bancárias, por meio de soluções baseadas em tecnologias disruptivas.

Cerca de 93% das fintechs do Brasil estão na região Sudeste, a maioria, em São Paulo.

Fundos de Investimento em Direitos Creditórios aplicam seus recursos no empréstimo para antecipação de recebíveis.

Competitivos, vêm crescendo acima do crescimento bancário e, apenas em 2017 ampliaram sua atuação em 26,2%.

As Companhias de Securitização, ou Securitizadoras, exercem papel muito similar ao de um banco.

Nelas, toda transação mercantil que tenha um contrato ou duplicata pode se transformar em valor.

CRESCIMENTO EXPONENCIAL

Jarbas assinala que nos Estados Unidos, este mercado já trabalha com mais de USD$ 3 trilhões.

No Brasil, o crescimento é exponencial:

“São todas opções devidamente regulamentadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Oferecem segurança, tecnologia, inovação e agilidade, com custos operacionais inferiores quando comparados às instituições tradicionais”.

"O Brasil é um dos mercados financeiros mais organizados e regulados do mundo e enaltece a velocidade, segurança e agilidade das transações como um diferencial importante em relação a outros países do mundo".

“Trabalhei em banco por 37 anos e hoje faço o movimento inverso. Acredito que as Fintechs e Securitizadoras contribuirão para deixar nosso mercado financeiro mais competitivo. Tecnologia não retrocede. Há uma vantagem competitiva e o consumidor percebe. O Banco Central tem interesse em competitividade e tem se empenhado para que este mercado se desenvolva e cresça".