Empresas aceleram parcerias em busca de novos mercados

25/03/2019 16:00:00

Multinacional assinou contrato com empresa de Lages

 Empresas aceleram parcerias em busca de novos mercados
Djeizon M�ller, CEO da Mais Solu��es Inteligentes

Grandes empresas planejam acelerar parcerias com startups especializadas em internet das coisas (IoT, na sigla em inglês).

O objetivo é unir expertises na área, ganhar acesso a novos mercados e oferecer soluções mais completas.

Já há acordos fechados em setores como monitoramento de redes de fibra óptica, agronegócio, manufatura e mobilidade urbana, com startups de Santa Catarina, do Espírito Santo e de Minas Gerais.

A reportagem foi feita pelo Valor Econômico.

Este mês, a Algar Tech, multinacional brasileira especializada em tecnologia e serviços de telecom, assinou um contrato com a Mais Soluções Inteligentes, de Lages.

No mercado há sete anos, a startup é especializada no controle de frotas, máquinas e equipamentos.

Criou uma solução que utiliza rádio frequência e dispensa a comunicação via celular ou satélite para gerenciar ativos remotamente. Na prática, vai ajudar a resolver desafios de negócios do grupo, voltados à área de IoT.

"Queremos desenvolver soluções de controle e manutenção de redes de fibra óptica, para ter mais precisão no caso de rompimentos ou anomalias", explica Bernardo Costa, gerente de inovação e transformação digital da Algar Tech.

Djeizon Müller, CEO da Mais Soluções Inteligentes, diz que cooperar com uma multinacional ajuda a atrair oportunidades de negócios e validar novos produtos.

Para ele, ao solucionar um problema de uma grande empresa com uma ferramenta própria, fica mais fácil atender outros clientes do mesmo porte.

A startup faturou R$ 250 mil em 2018 e pretende fechar 2019 com faturamento de R$ 450 mil.

Na Algar Tech, as parcerias devem ganhar mais força. Em 2018, criou o Open Innovation Lab, programa de inovação aberta que recebeu 36 inscrições de startups de todo o Brasil.

Este ano, quatro foram selecionadas para receber mentorias, acesso a laboratórios e projetos de trabalho.

A IHM Stefanini, empresa do grupo Stefanini, especializada no segmento industrial, lançou no fim de 2018 uma plataforma de produtos e serviços para o segmento agrícola com a mineira Hidroferti, de soluções tecnológicas para o campo.

A novidade utiliza um sistema conectado em áreas irrigadas que gerencia dados sobre as necessidades hídricas das lavouras.

Também pode ligar e desligar equipamentos agrícolas remotamente. Pode ser aplicada em culturas variadas, como milho e soja.

Augusto dos Santos Moura Júnior, CEO da IHM Stefanini, afirma que já está em negociação com mais duas startups, para futuros acordos:

"Sempre haverá espaço para empreendedores que tragam oportunidades de incrementar os resultados dos nossos clientes".

Com a ajuda da parceira, Alexandre Mudrik, sócio da Hidroferti, planeja conquistar cem produtores agrícolas com a solução, em 2019.

A expectativa é faturar cerca de R$ 1,5 milhão no modelo de joint-venture com a IHM Stefanini, R$ 580 mil a mais que o valor faturado em 2018, quando ainda desenvolvia a ferramenta.

Na Sonda, com receita global de US$ 1,1 bilhão em 2018, o interesse recaiu sobre a Sigmais IoT Company, startup capixaba de aplicações para fábricas e shopping centers.

O acordo, anunciado em fevereiro, combina a tecnologia de sensores da Sigmais, que capta informações por meio de uma rede de sensores, com plataformas de inteligência analítica e de big data da Sonda.

Fundada há dois anos, a Sigmais tem uma carteira de 12 clientes e cerca de 20 provas de conceito de soluções em possíveis usuários, segundo o diretor de tecnologia Guilherme Schubert de Azevedo.

Faturou R$ 450 mil em 2018 e já levou seus produtos para países como Austrália, Cingapura e México.

"O nosso foco não é ser uma empresa de sensores, mas ajudar os clientes na implementação de novas tecnologias", explica Caio Rainerio, vice-presidente de aplicativos da Sonda.

"Na velocidade em que as tecnologias avançam, é inviável para as corporações de TI criar soluções em todos os nichos de negócios", diz.

Com isso, um ecossistema que reúna startups e grandes grupos é favorável para todos, afirma. "O fornecedor aumenta o seu portfólio e os clientes ganham em inovação."