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Nada de zona de conforto: �Nenhum empreendedor quer �guas calmas�

17/03/2017 21:45:00

Para muitos empreendedores, ter uma boa ideia e conseguir coloc�-la em pr�tica � o maior desafio de uma startup

Nada de zona de conforto: �Nenhum empreendedor quer �guas calmas�
Construir uma equipe com os melhores profissionais e que compartilham de valores comuns � o motor que move a empresa.(Foto:Divulga��o)

Como manter sua empresa em constante movimento e disrupção? No Méliuz, sabemos que é a inquietação do time que nos faz subir novos degraus.

Para muitos empreendedores, ter uma boa ideia e conseguir colocá-la em prática é o maior desafio de uma startup. Sim, conseguir tirar um sonho do papel é um feito realmente grande, mas as conquistas não podem (e não devem) parar por aí. Para uma empresa se manter no mercado, é preciso que esse desafio se renove sempre.

Lançar um produto, se associar a novos parceiros e expandir o negócio para novas áreas são inovações fundamentais em qualquer segmento. Mas abrir um negócio é tão desafiador quanto mantê-lo sempre à frente. Aprendi isso na prática, liderando a criação de dez negócios diferentes, sendo que quatro deles foram com meu atual sócio, Israel Salmen. Juntos, já falhamos muito e percebemos que, mesmo com uma boa ideia de negócios na mão, o segredo está em não se acomodar jamais.

O Méliuz é um bom exemplo disso. Hoje, somos líderes no segmento de cashback no Brasil — devolvemos em dinheiro parte do valor gasto em compras pelos clientes. Mas sabemos que esse pioneirismo não é garantia de nada! Talvez fosse mais fácil concentrar todos os esforços na manutenção do produto, já que é algo que deu muito certo. No entanto, nenhum empreendedor está em busca de águas calmas.

Poderíamos focar inteiramente no e-commerce, oferecendo cashback apenas para compras online — o que já seria um mercado grande para explorar. Mas decidimos atacar também o varejo físico. Desde o começo da nossa história, enquanto estamos desenvolvendo uma coisa, já estamos pensando no que vai destruir aquilo.

Eu vejo que é isso que move o time. Sempre estamos pensando no que vem a seguir, naquela inovação que substituirá o que criamos e que só nós podemos desenvolver — antes que outra empresa vá lá e faça.

Na prática, é enxergar que o degrau de cima de hoje é o degrau debaixo da amanhã.

Se no início manter o site no ar durante a Black Friday era uma vitória; hoje, expandir o cashback para o varejo físico é a maior missão do Méliuz. E do mesmo jeito que construímos uma plataforma estável naquele período, também já podemos dizer hoje que conquistamos mais de mil parceiros no varejo físico. Conseguir lançar um aplicativo, no qual os clientes conseguem encontrar as lojas de acordo com sua localização também é uma realidade hoje, mas há algum tempo era apenas um sonho.

Quando começamos, eu e o Israel acreditávamos no potencial do negócio, mas nem nos melhores dias imaginamos o quanto seria incrível viver o Méliuz da forma como vivemos. De tudo que aprendemos com nossos negócios anteriores, essa preocupação em conservar a cultura, a cada nova contratação, é o que permanece mais forte e faz o processo seletivo ser tão rígido.

Processo seletivo do Méliuz: como recrutar os melhores

O processo de contratação do Méliuz é dividido em três etapas:

1) Envio de currículos pela plataforma de vagas com entrevista online por Skype com alguém do time de RH;
2) Entrevista presencial com o gestor da área técnica;
3) Entrevista com três pessoas do time — de qualquer área ou cargo — para avaliação do fit de cultura.

De todas as fases, a terceira é a mais difícil. Mesmo recebendo mais de 300 currículos por vaga, vemos que cerca de 80% dos candidatos não passam na última fase de fit cultural. Até pouco tempo, por exemplo, a maioria do time era formada por empreendedores: pessoas que já tiveram suas startups e já falharam, um perfil que a gente adora. Mas agora temos também pessoas que nunca empreenderam antes, mas empreendem dentro do Méliuz.

Um dos valores que temos mais forte é acreditar que nada é impossível. A palavra impossível é tão proibida aqui que acaba mudando até o rumo das conversas. Quando alguém sugere fazer alguma coisa muito fora da caixa e disruptiva, os outros sabendo que não podem falar que é impossível, têm que responder somando à ideia original, com sugestões de como fazer.

Ter um time engajado, que realmente respira a cultura da empresa e é tão apaixonado pelo negócio como nós somos, foi o que fez tudo isso se tornar realidade. É por isso que hoje cada pessoa do Méliuz tem autonomia para fazer seu trabalho da forma que acha melhor e tem liberdade para propor novas soluções. Assim, cada um se torna um pouco dono da empresa, engajado com o negócio.

Não é preciso que uma pessoa ou um grupo de gestores se esforce exaustivamente para que toda a equipe siga em busca dos mesmos objetivos. Isso é inerente a quem se sente responsável pelo todo.

Construir uma equipe com os melhores profissionais e que compartilham de valores comuns é o motor que move a empresa para frente e faz com que os “antigos de casa” se mantenham tão motivados quanto os que acabaram de chegar. Sentir-se parte importante é o que garante que as pessoas que estão na empresa vão sempre entrar de cabeça nos desafios diários e estarão disponíveis para encarar os próximos passos.

É nesse movimento que vivemos sempre do lado de fora da zona de conforto e é aí que está a motivação das empresas que não se acomodam e estão sempre em busca de crescer. Para inovar é preciso se sentir provocado a fazer diferente e ir além do que se pensou ser o limite. Assim fizemos na Black Friday e assim estamos fazendo em todos os novos produtos que lançamos.

Sabemos que os desafios serão diferentes em cada etapa do crescimento de uma empresa. Mas a necessidade de estar sempre em busca de novos passos é a mesmo desde o lançamento do negócio. Conseguir abrir a sua empresa é apenas o rompimento da primeira barreira. Mas não se iluda, outras milhares de portas têm que ser abertas diariamente para que o negócio se mantenha de pé.