Seis empresas catarinenses são destaque no Guia de Sustentabilidade Exame 2016. A pesquisa realizada pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces) é considerada o maior estudo sobre práticas de responsabilidades corporativas do Brasil.

Nesta edição, 190 empresas participaram do levantamento, e quase 80% das companhias responderam que gerenciam riscos considerando de forma integrada, impactos econômicos, sociais e ambientais.

Confira as catarinenses que aparecem no ranking:

WEG – A empresa, de Blumenau, foi destaque com o programa Plano de Troca, que permite substituir ou redimensionar motores antigos de baixo desempenho, assegurando a redução do consumo de energia elétrica.

Com o programa, iniciado em 2009, a WEG já substituiu ou redimensionou 27 mil motores em 410 parques fabris.

Grupo Malwee – O projeto da Malwee, de Jaraguá do Sul, de avaliar e auditar 100% dos fornecedores e certificar 100% das confecções, faz parte dos 12 compromissos assumidos pela empresa no Eu Abraço Sustentabilidade com Estilo, e destaque na edição 2016 do Guia.

A certificação auxilia no monitoramento das boas práticas e evita a escravidão na indústria têxtil.

No plano de sustentabilidade da empresa, está também o uso do fio PET, que se decompõe em até três anos, ou do algodão desfibrado, obtido pela reciclagem dos resíduos de malha, em até 10% dos modelos produzidos.

Embraco – Com a utilização da metodologia Lean Thinking (pensamento enxuto), a Embraco, de Joinville, conseguiu o aproveitamento dos recursos naturais e redução do desperdício de insumos.

Ao final de 2015, o total de emissões caiu 1,3% e a geração de resíduos teve redução de 3%, ficando em quase 110 mil toneladas no ano. Desse total, 86% foram reciclados.

A Embraco adotou também o desafio de zerar o envio de lixos para aterros até 2018 nas fábricas de compressores e até 2022 na fundição.

Na fábrica de compressores a meta foi alcançada em 2015. Agora, a companhia estendeu seu programa de resíduos zero para toda a cadeia de suprimentos, o que exige um trabalho de envolvimento com fornecedores e clientes. 

Schneider Electric -  A companhia francesa, com filial em Blumenau, implantou o Barômetro Planeta e Sociedade, criado para monitorar seu desempenho em sustentabilidade.

Entre 2012 e 2014, a empresa atingiu 98% da sua meta. Em 2015, uma nova fase do projeto foi iniciada: os executivos do alto escalão que não seguem o programa, sentem no bolso com os cortes na remuneração variável.

Para estimular também os funcionários, a companhia criou a Learning Week, uma semana do mês de outubro em que são realizadas palestras sobre questões socioeconômicas e ambientais para todos os colaboradores.

Celesc – A fornecedora de energia do Estado, criou o projeto Banho de Energia, em parceria com a Epagri, para famílias de baixa renda.

O programa consiste na instalação de um sistema de recuperação de calor nas chaminés e fogões a lenha, comuns na região serrana. O mecanismo aquece a água dos chuveiros e das torneiras das cozinhas.

Com a implantação do sistema em 198 mil residências, a estimativa é de uma economia anual de eletricidade suficiente para abastecer uma cidade do tamanho de Florianópolis, durante três anos.

Por enquanto, apenas as cidades com baixo índice de desenvolvimento humano estão sendo atendidas, porém o plano é ampliar o programa.

Outro destaque no Guia, é o projeto Energia do Futuro, realizado nas comunidades carentes do litoral catarinense. Escolas e creches recebem placas solares construídas com embalagens longa-vida e PET.

A instituição é responsável por conseguir o material necessário, e a Celesc fornece o material restante e realiza a instalação das placas.

Termotécnica – A companhia, de Joinville, é responsável pela reciclagem de 30% das embalagens de isopor do Brasil. Para expandir o seu programa, a empresa criou um site que indica ao cidadão o local mais próximo para o recolhimento de EPS (sigla em inglês para poliestireno expandido, conhecido como isopor).

A Termotécnica também ampliou as parcerias com as prefeituras, totalizando coletas em 126 municípios. Um exemplo é que a empresa foi a responsável pela reciclagem do isopor descartado na Vila Olímpica.

Outro produto sustentável da companhia é a MaisMel, caixa de isopor para o controle térmico da colmeia que substitui a tradicional caixa de madeira. A caixa de EPS aumentou a produção de mel em até três vezes.

Os dados do ranking demonstram que as empresas estão lidando com temas mais complexos em relação a sustentabilidade. Assuntos que não trazem, em sua maioria, retorno financeiro, mas são essenciais para a continuidade dos negócios.