Debate
Tribunal de Justi�a debate sobre custeio de rem�dios e tratamentos de sa�de
04/11/2016 07:00:00
Governo estadual gasta em torno de R$ 160 milh�es para oferecer rem�dio ou tratamentos n�o oferecidos pelo SUS
Em 2015, a esfera federal e as operadoras de planos de sa�de gastaram, cada uma, cerca de R$ 1,2 bilh�o, somente para atender �s demandas judiciais (Foto: Fernando Willadino)
O Governo do Estado gasta por ano, cerca de R$ 160 milhões para garantir remédios ou tratamentos de saúde não oferecidos pelo SUS para pessoas que não têm como pagar. Cerca de 25 mil entraram na Justiça pleiteando tal direito.
Diante de tantos casos, o Tribunal de Justiça de SC votará a matéria no próximo dia 9 de novembro e usará pela primeira vez no Estado um novo dispositivo processual: o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas.
Este dispositivo permite que casos recorrentes e idênticos recebam a mesma sentença. Ou seja, o que for decidido pelos desembargadores valerá para todos os casos no Estado.
Em meio ao debate, as partes concordam que há um enorme desequilíbrio entre os custos médico-hospitalares e as receitas, potencializado por desperdícios.
Em 2015, a esfera federal e as operadoras de planos de saúde gastaram, cada uma, cerca de R$ 1,2 bilhão, somente para atender às demandas judiciais.
Para o advogado Rodrigo Ferrari, uma das maiores autoridades brasileiras sobre o assunto, quando uma pessoa exige, por meio do Judiciário, acesso a um único procedimento de altíssimo custo, ela está drenando recursos que poderiam ser utilizados no tratamento de milhares de outros cidadãos.
Segundo ele, o modelo atual favorece aqueles que têm melhores condições financeiras e, por consequência, acesso a advogados qualificados. Assim, recursos que deveriam ser endereçados à população carente tornam-se mais escassos.
De acordo com Ferrari, existe algumas saídas para este problema. Ele destaca algumas: Ampliação de Varas Especializadas em Saúde; Criação de Câmaras Técnicas de Conciliação no Judiciário, com participação de profissionais da área; Ampliação dos Núcleos de Apoio Técnico, de preferência com o suporte de médicos independentes; Cursos que capacitem gestores e operadores do Direito (juízes, promotores, defensores públicos), para tomada de decisões com base em evidências científicas.
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